"As glândulas supra-renais em disfunção - uma das principais funções dos adaptogênicos* no combate aos efeitos negativos do estresse é exatamente dar apoio às glândulas adrenais, pois as glândulas supra-renais em disfunção podem tornar-se hipoativas ou hiperativas (vide parte 2).
(*)adaptogênicos no combate aos efeitos negativos do estresse.”
OS ADAPTÓGENOS
Como tudo na vida faz parte de um sistema interligado, o planeta Terra nos provê de plantas de diversas naturezas e inúmeras funções. Entre elas existem algumas capazes de grande auxilio no que se refere à habilidade do organismo de se adaptar às várias situações de estresse às quais é continuamente exposto.
Essas plantas que têm como característica primária dar apoio ao Sistema Fundamental de Regulação recebem a qualificação de adaptogênicas. Mas para que uma planta possa ser credenciada como tal, é preciso que ela preencha cinco requisitos básicos:
1. Ser totalmente atóxico.
2. Não produzir dependência alguma.
3. Não provocar qualquer tipo de efeito colateral.
4. Não interferir no funcionamento fisiológico do corpo.
5. Ter poder regulador sobre a totalidade do organismo, ou seja, nutrir o Sistema Fundamental de Regulação para que ele possa exercer sua função de normalizador tissular e sistêmico.
As necessidades de água, oxigênio e nutracêuticos de um organismo variam de acordo com as circunstâncias. E é através da perfeita sinergia entre esses elementos que o pH dos líquidos intra e extra celulares e os níveis de temperatura e pressão se conservam dentro de seus limites – o equilíbrio homeostásico.
Isso significa que qualquer variação que extrapole esses limites se reflete na perda do equilíbrio homeostásico e, por conseguinte, da otimização da operacionalidade do organismo. Daí a importância dos adaptógenos que dão o suporte nutricional necessário para que o organismo mantenha seus mecanismos de auto-regulação sempre prontos a responder às necessidades do momento.
É da qualidade do equilíbrio homeostásico que depende, em última instância, a qualidade da saúde do organismo. Por isso, a saúde não é algo estático ou um bem que se adquire para o resto da vida, mas algo que precisa de manutenção, pois ela pode ser perdida tão logo o Sistema Fundamental de Regulação, por abusos ou falta de cuidados, não consiga mais manter o controle que lhe cabe.
Os adaptógenos, atuando em prol do equilíbrio homeostásico e da máxima funcionalidade desse sistema, capacitam o organismo a se adaptar a qualquer situação de estresse, normalizando as funções sistêmicas antes que as células ou tecidos sejam afetados.
A avaliação da saúde é feita não pela ausência de sintomas estranhos, mas pela capacidade e rapidez do organismo se adaptar a diferentes circunstâncias – ao escuro e ao claro, às altas taxas e baixas temperaturas, ao trabalho e ao lazer, ao estado de alerta e ao sono, às situações agradáveis e desagradáveis etc.
Por isso, devido ao estresse a que estamos permanentemente submetidos, os adaptógenos se impõem como um dos mais poderosos aliados de que podemos dispor. E a Aloe vera é um deles.
A ORIGEM do CONCEITO dos ADAPTÓGENOS
A origem do conceito dos adaptógenos nasceu em 1958, do cientista russo Israel Brekhman, ex-aluno do Dr. Lazarev, que identificou no Ginseng Siberiano o princípio ativo responsável pelo aumento da resistência do organismo.
Brekhman, porém, não só descobriu outras plantas com princípios ativos semelhantes como deduziu que elas poderiam ser de grande auxílio aos atletas soviéticos, pois ajudariam o corpo a se adaptar ao estresse dos treinamentos exaustivos, necessários ao aumento da qualidade do desempenho físico, e dos períodos de competição. E assim nasceu o conceito e a classificação dos adaptógenos.
Diz-se que desde então mais de três mil trabalhos, baseados em pesquisas e estudos clínicos, já foram escritos sobre os adaptógenos, embora das 43 publicações listadas pelo MedLine (em março de 2003), 25 estejam em russo, incluindo a primeira, em 1976, e a última, em 2002 – prova que eles continuam a estudá-los.
Os atletas da ex-União Soviética e da Alemanha Oriental passaram, então, a usufruir os benefícios dos adaptógenos – aumento da resistência e da precisão no desempenho físico, rápida recuperação das energias e da musculatura gastas pelos treinos e competições.
Os atletas e desportistas são as maiores vítimas do estresse e muitos sofrem da “Síndrome do Treinamento Excessivo” que, embora produza sintomas de diversas naturezas, tem como consequência:
Impedir que atuem sob potência máxima e afastá-los dos treinamentos.
Por isso, os adaptógenos lhes serem tão fundamentais.
OS ADAPTÓGENOS como agentes de COMBATE ao ESTRESSE
Em consequência de uma situação de estresse prolongada ou repetitiva, as reservas de energia do organismo são consumidas, deixando as células esgotadas. Diante dessa situação, os adaptógenos ativam os “mRNA”(mensageiros) e os “tRNA”(transportadores) das células para que elas mesmas passem a funcionar como “fábricas de energia” mais eficientes.
Paralelamente, o estresse também promove o acúmulo de complexos de beta-lipo-proteína sobre as membranas celulares que:
§ BLOQUEIA – a ação das enzimas hexoquinases, responsáveis pela transformação da glicose em energia a ser utilizada pelas células.
§ DIFICULTA – a transferência de energia para o interior das células.
Diante da presença dos adaptógenos, porém, o acúmulo do complexo beta-lipo-proteína sobre as membranas celulares é inibido e a ação da hexoquinase sobre a glicose é estimulada.
Segundo Michael Washlstrom, autor de Adaptogens: Nature’s Key to Well-Being, os adaptógenos também inibem a ação oxidativa dos radicais livres sobre as membranas celulares através da normalização da funções sistêmicas, ou seja, do Sistema Fundamental de Regulação, que garante a estabilidade do ambiente interno.
De acordo com a explicação do Dr. Michel Van Noy, veterinário de cavalos de corrida de Woodside (Carifórnia):
“O estresse, sobretudo se for prolongado, pode levar muitas células à morte por falta de energia. Com os adaptógenos, o organismo adquire maior capacidade de resistência ao estresse, as glândulas adrenais não são esgotadas nem tampouco os níveis de energia são reduzidos”.
Os adaptógenos de natureza Yin, como é o caso da Aloe vera e do Lycium, ao nutrir as glândulas supra-renais, igualmente de natureza Yin, impedem que elas alcancem o estado de subnutrição e exaustão.
O sabor ácido que o gel de Aloe vera traz misturado ao sabor amargo não significa que ele seja fator de acidificação. Tal qual o limão, seus ácidos, de grande importância para a pele e as mucosas, quando em excesso, são rapidamente eliminados pelos pulmões, mas deixam uma importante fração de resíduos alcalinos após serem metabolizados.
PROPRIEDADES específicas dos ADAPTÓGENOS
A tentação de considerarmos os adaptógenos como panacéia universal tem uma explicação lógica – a imensa lista daquilo de que são capazes. A desconfiança suscitada por essa lista, entretanto, se explica pelo fato de estarmos acostumados a fármacos ou mesmo fitoterápicos com efeitos limitados e definidos, que é exatamente o que o diferencia dos adaptógenos.
Não existe, porém, adaptógeno algum que possa ser considerado a panacéia universal, isto é, aquilo que tudo previne e tudo cura. Na verdade, com exceção da água, do oxigênio e da luz solar, não existe nada nesse mundo que seja igualmente bom para todos ou positivo a qualquer hora. E mais:
Não existe adaptógeno algum que consiga fazer com que um organismo resista às consequências de constantes transgressões às leis da natureza – que a tudo e a todos regem.
Após danos estruturais relevantes, fica mais difícil ou impossível a total recuperação da saúde. Por isso, mais vale prevenir do que remediar.
Através do estudo da longa lista de propriedades atribuídas aos adaptógenos, é possível encontrar a espinha dorsal que sintetiza e revela a verdadeira natureza desses compostos, e, assim, alcançar a compreensão exata do que eles significam para o organismo humano e animal, pois eles são conhecidos por:
🔹ACELERAR
· a funcionalidade e o desempenho das células, tecidos, órgãos e sistemas;
· a recuperação do equilíbrio homeostásico durante e após os períodos de estresse;
· a restauração e recondicionamento dos músculos e tecidos conjuntivos das cartilagens, tendões, ligamentos, ossos, dentes, pele, cabelos, unhas, paredes dos intestinos, do estômago, dos vasos sangüíneos e linfáticos etc.
🔹AUMENTAR
a força, a histamina, a libido e o tônus muscular;
a qualidade dos mecanismos de defesa e de resposta do sistema imunológico;
as reservas alcalinas do organismo;
o processo de síntese e a qualidade das proteínas;
os níveis de energia e de resistência física, emocional e mental – acuidade, clareza, cognição, concentração, memória, percepção etc.
🔹COMBATER
a dependência ao álcool, açúcares, drogas recreativas ou medicamentosas – analgésicos, ansiolíticos, antiácidos, antibióticos, antiinflamatórios, calmantes, imunossupressores etc.;
a asma, a angústia, a depressão, a eterna insatisfação com a vida, a inércia, a insônia, as alergias, as infecções, as inflamações, as patologias e disfunções recorrentes, o câncer, o cansaço, o mau humor, o medo, o pessimismo etc.
🔹GARANTIR
a desobstrução da pele, pulmões, fígado e rins – importantes vias de desintoxicação do organismo;
o apoio nutricional às glândulas, sobretudo às adrenais.
🔹MELHORAR
a qualidade do sono e sua ação reparadora;
o desempenho dos atletas, desportistas, ginastas, dançarinos etc.;
o metabolismo dos açúcares e lipídios.
🔹PREVENIR
os maus efeitos do estresse, o envelhecimento precoce e os processos degenerativos comuns ao avançar da idade;
o acúmulo das toxinas, células mortas e cancerosas etc.
🔹PROMOVER
a normalização dos níveis de açúcar e de colesterol no sangue;
o bem-estar, o bom humor, o otimismo é a motivação.
Fonte: Saúde & Beleza Forever – Seu Guia Contemporâneo de Nutrição e Higiene
Autora: Mônica Lacombe Camargo
Comments