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ALOE EM SÉCULOS DE HISTÓRIA (parte II)


O Aloe na América

No século XV, os jesuítas “descobriram” na Espanha, o alto valor de cura do Aloe, depois de terem estudado os textos antigos dos gregos e romanos. Como acompanhantes dos descobridores e conquistadores, sempre levavam espécies do Aloe na bagagem e disseminaram, pela América Latina até o México e Texas, as espécies conhecidas na Europa e África.

Na América, os maias da península de Yucatán e os aborígenes da Flórida tinham alto apreço pelo Aloe, “fonte de eterna juventude”. Os indígenas estavam familiarizados com seu uso medicinal. Esfregavam o suco diluído por todo o corpo, a fim de se proteger de mosquitos durante suas árduas caminhadas por terrenos pantanosos. Essa propriedade de repelir insetos passou a ser usada, mais tarde, pelos índios, para proteger a madeira e outros materiais mediante aplicação do suco do Aloe, garantindo-lhes a preservação por muitos anos.



O Aloe entre os povos nativos da África

Relata-se que o botânico inglês M.Miller, ao chegar ao Cabo da Boa Esperança, ficou admirado com a pele muito bonita e lisa dos nativos, inclusive, dos mais idosos. Ele passou a observar sua forma de vida e constatou que lavavam seu corpo e seus cabelos com o gel do Aloe. Hoje é sabido que o Aloe não apenas cura a pele, mas que também lhe dá tratamento e proteção, servindo ao mesmo tempo como proteção contra picadas de insetos. Também funciona como desodorante e, por isso os nativos tomavam banho de Aloe, para abrandar o cheiro de sua pele. Dessa maneira, também suas caçadas tinham mais sucesso, já que os animais não sentiam seu odor.



Aloe cristalizado para fórmulas e receitas secretas

Infelizmente, devido ao clima frio, o Aloe chegou às regiões centrais e do norte da Europa, somente em forma cristalizada, ou seja, totalmente desnaturada. Nos países em que era plantada, sobre tudo na África, o sumo do Aloe era extraído pelos aborígenes, cozido, tornado consistente e processado até a sua cristalização, sob condições extremamente primitiva e sem higiene. A “Pharmacopoea Germânica” de 1873, relata casos de impurezas e falsificações.

Na massa do Aloe, havia sido encontrado piche de navios e outras espécies de detritos, restos de areia, marfim queimado e resíduos de borracha. Apesar de terem sido processador mediante aquecimento, esses cristais desnaturados ainda se prestavam a muitos afins medicinais e uma rica coletânea de fórmulas atesta a grande variedade de aplicações por mais de 1000 anos. Contrariamente ao produto fresco das folhas vivas, esses cristais se tornaram conhecidos na aplicação de altas doses como forte laxante (Drasticum) e mesmo abortivo (Emmenagogum).

Devido ao bloqueio e a paralisação das importações dos cristais do Aloe durante e após a 1ª Guerra Mundial, esta importante matéria prima chegou a faltar na Europa, fazendo surgir ao mesmo tempo as indústrias farmacêuticas modernas com seu preparados sintéticos. Assim, o Aloe veio a cair no esquecimento. Terminando assim, a fase da utilização do Aloe em forma de cristais desnaturados.



A redescoberta do poder de cura do Aloe fresco

A primeira grande abertura científica e a redescoberta do Aloe em forma natural e não aquecida foi alcançada pelos dois médicos Creston Collins (pai e filho, com o mesmo nome), nos anos 30 do século XX, em Maryland.

Era comum acontecer de pacientes, médicos e enfermeiros sofrerem graves queimaduras de pele quando eram feitas radiografias, porque faltava-lhes a devida prática e conhecimento. Foram tentados todos os tratamentos possíveis e o que se revelou mais eficaz foi a aplicação de uma compressa com uma folha fresca de Aloe, cortada ao meio e com a parte interna, carnuda e escorregadia, colocada, diretamente, sobre a ferida. As compressas eram trocadas a cada duas horas e as feridas saravam rapidamente e sem efeitos colaterais.



Pesquisa e emprego do Aloe a partir de Hiroshima

Após os lançamentos de bombas atômicas, em 1945, sobre Hiroshima e Nagasaki, no Japão, houve, além de mais de 100.000 mortes, igual número de feridos por terríveis queimaduras causadas pela radioatividade. Para ajudar essas vítimas de queimaduras até então desconhecidas, foram testados todos os meios de que a medicina dispunha. Os melhores resultados foram conseguidos com o Aloe fresco.

Em 1953, iniciaram-se testes científicos na base norte-americana de Los Alamos, no Novo México, sob a supervisão da Comissão Americana de Energia Atômica. A direção fora confiada aos Drs. Lushbagh e Hale. Foram testadas diversas drogas para curar queimaduras radioativas em coelhos. Os melhores e mais imediato resultados foram obtidos com aplicação do gel fresco de Aloe.



Resumo de tópicos de um capítulo do livro “Os Capilares determinam nosso destino – Aloe”

Dr. Michael Peuser.

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