Esta planta medicinal, há milênios, acompanha a humanidade.
Sua aplicação externa e interna, há séculos vem proporcionando inúmeros benefícios à saúde do organismo humano.
Diz-se que Alexandre Magno (333 a.C.) enviou homens gregos à ilha de Socotorá, uma ilha na ponta oriental da África, para difundir a cultura de Aloe. Dioscórides e Plinio além de mencioná-la, diferenciam diversas espécies e tem conhecimento de falsificações de Aloe.
A Aloe na Babilônia e no Egito
A mais antiga mensão à Aloe vem, provavelmente, da Babilônia. Foi encontrada uma receita de Aloe inscrita numa tábua de argila (de aproximadamente 4.200 a.C.). Há mais de 5.000 anos, a planta medicinal Aloe já era muito apreciada no velho Egito dos faraós. Devido ao seu poder de cura, eram-lhe atribuídas forças religiosas e ela era conhecida, como “planta da imortalidade”. Os velhos egípcios denominavam o líquido extraído das folhas de “o sangue dos deuses”.
O unguento do tempo de Jesus à base de Aloe
O ungüento (bálsamo) do tempo de Jesus e conhecido como “Marham-i-Havarin”, o ungüento dos apóstolos, ou “Marhan-i-Rusul”, o ungüento dos profetas, ou “Marhan-i-Shalikha”, o ungüento de Sheliakh. Avicena registra que esse unguento tinha poderes miraculosos para curar feridas. O uso do mesmo podia eliminar pústula (tumor) e restaurar o tecido lesado em poucos dias. Além de proporcionar a formação de novo tecido o unguento (à base de Aloe +11 ingredientes) ajudava na circulação de sangue e na recuperação de entorpecimento de partes do corpo.
O Aloe na Ásia
Inquestionavelmente, o Aloe faz parte da lista das mais antigas plantas medicinais, conhecidas pelo homem. Também no Extremo Oriente e na Ásia, ela era muito procurada e considerada um remédio eficaz no tratamento de feridas externas e males internos. No ano de 600 a.C., o Aloe chegou à Pérsia, Sumatra e Índia, por intermédio de comerciantes árabes. Existem relatos de que as folhas de Aloe eram pisadas com os pés descalços e o suco secado ao sol. O pó daí resultante teria encontrado seu caminho rumo à Ásia. Na forma de remédio de fácil transporte foi levado pelas caravanas árabes. Acredita-se que a palavra Aloe venha dessa época e tinha o significado de “amargo”.
Alexandre Magno e o Aloé
500 anos antes de Cristo, havia enormes plantações de Aloé, de alta qualidade (Aloe succotrina Lamarck), na ilha Socotorá, no “chifre oriental” da África. De lá, a mercadoria ia para China, Índia, Marásia e Tibete. A lenda diz que Alexandre Magno conquistou essa ilha para melhor abastecer seu exército com Aloe, pois ele só partia para uma guerra quando dispunha de Aloe em quantidade suficiente para o tratamento dos ferimentos de suas tropas. O Aloe transformou-se, assim, numa planta estratégica, pois quem mais depressa conseguisse curar seus soldados, seria mais poderoso e reuniria melhores condições de vitória.
O Aloe junto aos gregos e romanos
Enquanto Hipócrates, o pai da medicina (460-375 a.C.), não se requere à Aloe em suas obras, o médico e físico grego Pedáneo Dioscórdes, de Anazarbas (na Cilícia) foi quem, no primeiro século da Era Cristã, mais detalhadamente descreveu os efeitos benéficos do Aloe e sua aplicação no combate à várias doenças. Graças a suas descrições e indicações precisas sobre a utilização, os efeitos e as doses, o compêndio logo se transformou em um manual padrão para médicos e farmacêuticos.
As cruzadas trazem o Aloe à Europa Ocidental
No século IX, aparecem os escritos do célebre filósofo, arquiteto e médico árabe Avicena, confirmando as observações de Dioscórides e Plinio, complementando-as com tratamento dos olhos e também, de forma muito interessante, da melancolia. Em seus textos, ele usa para o Aloe a denominação sabhra ou sebrara (sírio), respectivamente sabir ou sabr (árabe), que significam “substância amarga e brilhante”.
As cruzadas, a conquista de Jerusalém e a ocupação da península ibérica pelos árabes trouxeram mais um impulso para a divulgação do Aloe e seus múltiplos poderes de cura. No século X, o patriarca de Jerusalém recomendou essa planta medicinal a Alfredo, o Grande, da Inglaterra. Por esse caminho, que o Aloe chegou à Bretanha.
Resumo de tópicos de um capítulo do livro “Os Capilares determinam nosso destino – Aloe”
Dr. Michael Peuser.
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