Na década de 1930 iniciam-se as pesquisas para desvendar os elementos constituintes do mel. As vitaminas do grupo B foram as primeiras a serem detectadas, seguida da vitamina C. Os cientistas americanos vislumbraram os primeiros ácidos graxos do mel, enquanto os indianos detectaram algumas enzimas – um conhecimento bastante avant-garde para a época – promotoras da digestão de outros alimentos, principalmente dos protéicos.
Em relação aos minerais, parece que os estudos foram encabeçados por Schuette, que inicialmente relacionou a pigmentação do mel à sua concentração de minérios. Os primeiros a serem detectados foram o fósforo, o cálcio e o magnésio. Em seguida, o enxofre e o cloro. Um ano mais tarde, o sódio e o potássio. A umidade relativa do mel também logo chamou a atenção dos cientistas.
Desconsiderando os estudos desenvolvidos pela ex-União Soviética, sobre os quais não se tem notícia, as primeiras pesquisas sobre o carboidratos do mel datam dos anos 50. De acordo com os pesquisadores japoneses, porém, hoje já se sabe que o mel é constituído por mais de 30 diferentes tipos de carboidratos, muitos extremamente complexos. E o primeiro estudo relacionado aos aminoácidos do mel parece só ter sido feito no final dos anos 60.
A composição do mel (valores médios)
18,7% água.
38,2% frutose (levulose) = cadeia de 6 átomos de carbono.
31,3% glicose (dextrose) = cadeia de 6 átomos de carbono.
7,3% maltose = cadeia de 2 moléculas de glicose.
1,3% sucrose = cadeia de 2 moléculas: 1 glicose + 1 frutose.
0,57% ácidos.
0,26% proteínas.
0,17% minerais – os macrominerais em ordem decrescente:
potássio, cálcio, fósforo e sódio, magnésio, selênio, ferro, manganês, cobre.
2,2% álcool, colina, colóides, enzimas, pigmentos, vitaminas – em ordem decrescente: ácido fólico, vitamina C e B3, B2, B5 e B6, com valores relativamente equivalentes.
Embora a concentração dos nutraceuticos presentes no mel varie com a florada da qual se origina, quanto mais escuro ele for maior a sua concentração de nutraceuticos – minerais, elementos-traço, agentes antioxidantes etc. Sabe-se ainda, que:
As enzimas presentes no mel fazem dele o adoçante não apenas mais completo como também o mais complexo.
O ácido glicônico responde por 70~80% do volume total dos seus ácidos graxos.
Os fitormônios, juntamente com os hormônios secretados pelas glândulas das abelhas, exercem grande ação sobre o organismo humano.
O valor nutricional e fitoterápico do mel
Segundo o Agriculture Services Bulletin, número 124, da FAO, os benefícios do mel e dos derivados das abelhas são incontestáveis.
A amplitude espectral, biodisponibilidade, proporcionalidade e sinergia dos seu elementos constituintes são fatores muito mais importante do que o aspecto quantitativo.
Não se pode esquecer que o mel é a única fonte de alimento das abelhas. É ele, portanto, que lhes garante o senso de orientação, a agilidade, a coordenação e organização social e, sobretudo, a resistência física aos movimentos repetitivos.
Ainda segundo o boletim da FAO, o mel veicula as propriedades fitoterápicas de suas plantas de origem, mesmo que a transferência dos elementos ativos não possa ser analiticamente verificada, exatamente como acontece com os elementos homeopáticos.
Fonte: Saúde & Beleza Forever: seu guia contemporâneo de nutrição e higiene.
Autora: Mônica Lacombe Camargo – 2003 – Edição Esgotado
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